domingo, 16 de maio de 2010

Sessão - Terça-Feira dia 18 de maio - Aboio, de Marília Rocha

SERTÃO VIRA CINEMA

ENTRADA FRANCA

Terça-Feira, 18 de maio de 2010, às 19h30

Centro Cultural Cara Vídeo, rua 83, n. 361, St. Sul, Goiânia

O Cineclube Cascavel da ABD-GO apresenta na próxima terça-feira, dia 18 de maio às 19h30, o documentário Aboio, da diretora goiana radicada em Belo Horizonte, Marília Rocha. A sessão procura aproximar o público da tradição e poesia sertaneja, lugar de fronteira permanente entre o moderno e o arcaico que apresenta-se não apenas em Minas Gerais, mas, também em Goiás e várias outras localidades no Brasil.

Aboio, documentário premiado de Marília Rocha, será exibido no Cineclube Cascavel

A restauração poética de um costume tão antigo é o que apresenta o documentário Aboio, termo que define o canto com o qual os vaqueiros se comunicam com o gado. Orgulhosos vaqueiros de Minas Gerais a Pernambuco contam e demonstram o que é esse cantar, falam de sua vida sertaneja, dos animais, da lida.

Definido como um canto que serve de guia para as boiadas ao longo do sertão, o aboio é mostrado no filme também como uma possibilidade de rememoração e perpetuação da História. As narrações dos vaqueiros entrevistados por Marília Rocha ganham contornos míticos na forma como ela as expõe na tela. Não há apenas simplesmente o rosto e a voz do interlocutor. As palavras, na verdade, servem de gatilho para a plasticidade das imagens e dos sons, que ganham contornos tão ou mais importantes em relação às sentenças proferidas por aqueles homens. Nisso, o trabalho de edição sonora da dupla mineira O Grivo e a montagem de Clarissa Campolina harmonizam de forma certeira a ideia de uma experiência compartilhada que permeia todo o filme.

Aboio já seria um documentário notável e diferenciado só por tais elementos, mas Marília Rocha vai além. Ela insere em todo o filme imagens captadas com película super-8 (a cargo do videomaker Leandro HBL). A princípio, sente-se um estranhamento: são imagens de arquivo? Ou trabalhadas para se assemelharem a tais? À medida que a viagem se desenvolve, sentimos que aquelas filmagens parecem acoplar o passado ao presente. Sendo elas realizadas durante as andanças da diretora — recebendo, porém, aquele tratamento “envelhecido” —, a impressão é de estarmos assistindo ao presente travestido de passado. Ou vice-versa: um passado que invade o tempo presente.

Faz todo o sentido, dentro da proposta da realizadora em Aboio. Se o cântico que nomeia o filme vem de eras longínquas, de “tempos imemoriais” (como um dos entrevistados faz questão de frisar), então o que se assiste hoje também seria passível de se assistir ontem e poderá servir para o amanhã. Respeitando a força da tradição do aboio e todos aqueles que vivem por sua continuidade, Marília Rocha faz um atestado atemporal sobre a passagem do tempo. *Texto retirado da divulgação da Programadora Brasil com adaptações.

Marília Rocha, diretora de Aboio. Foto de Mário Miranda.

Prêmios: Melhor longa-metragem brasileiro – 10º É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários.

Melhor trilha sonora e edição de som 9º CinePE.

Menção honrosa do júri FICA – Festival Internacional de Cinema Ambiental.

Melhor realização - 10o Mostra Internacional do Filme Etnográfico RJ.

PROGRAMAÇÃO

DIA 18/05 – SERTÃO VIRA CINEMA

Terça 19h30

Aboio | Marília Rocha, Doc., MG, 2005, 71 min

No interior do Brasil, adentrando as extensões semi-áridas da caatinga, há homens que ainda hoje conservam hábitos arcaicos, como o costume de tanger o gado por meio de um canto de nome aboio. O filme aborda a música, a vida, o tempo e a poesia dos vaqueiros do sertão.

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ENTRADA FRANCA

Segunda-Feira, 18 de maio de 2010, às 19h30

Centro Cultural Cara Vídeo, rua 83, n. 361, St. Sul, Goiânia

Debate com o público após a sessão

Realização - ABD-GO

Parceria - CARAVÍDEO

Apoio - ABD Nacional, Conselho Nacional de Cineclubes, Sebrae-GO, Cine Mais Cultura, Secretaria do Audiovisual/MinC

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