domingo, 21 de março de 2010

Tocaia No Asfalto - Próxima Terça - 23/03/2010 - 19h30 - Entrada Franca

Cena de Tocaia no asfalto com Agildo Ribeiro. Foto: Ugo Pedreira/Divulgação


Terça-feira, dia 23 de março de 2010, às 19h30, o Cineclube Cascavel exibirá Tocaia no asfalto, do cineasta baiano Roberto Pires. Após a exibição, haverá debate com o público presente.

Tocaia no asfalto é um dos pontos máximos do ciclo baiano de cinema no começo dos anos 1960. A história de um jovem político idealista de Salvador é narrada em paralelo à de um matador que chega do interior com a missão de eliminá-lo. O coronelismo, a violência e a política da época são temas centrais do filme. Os personagens são representados por Geraldo del Rey e Agildo Ribeiro, este num raro papel dramático. O thriller é uma excelente referência sobre questões brasileiras e a própria linguagem audiovisual, ao se aproximar da narrativa do norte-americano D. W. Griffith e da montagem do russo S. M. Eisenstein. A fotografia de Hélio Silva por si só constitui um documento da história do cinema brasileiro.

A seguir trechos do texto “Tudo é Brasil”, de Gustavo Galvão, que é jornalista e cineasta, sobre o filme Tocaia no asfalto.

“(...) Em conversa reservada com um coronel, numa cidade qualquer da Bahia, um candidato a governador negocia obras por votos. Mais precisamente, 50 mil votos por quatro açudes. Alguns anos antes, um delegado também negociava pessoas. Para aliviar a superlotação em sua cadeia, oferece uma dezena de presos a outro delegado, no interior de Alagoas. Ele ouve como resposta: “Minha cela é para dez homens e tem mais de 40”. Estamos no início dos anos 1960. Poderia ser o início do século 21.

Pouco (ou quase nada) mudou desde que Tocaia no asfalto bateu nas telas pela primeira vez, em 1962. “Você conhece a Bahia?”, pergunta um agente ao matador de aluguel, logo no início do filme, ao encomendar um serviço no Estado. A frase introduz ao espectador a verdadeira Bahia. Mais que um bom thriller político, a obra prima de Roberto Pires é uma declaração de princípios. A visão do diretor pontua o discurso do amargo pistoleiro Rufino (brilhante atuação de Agildo Ribeiro) e do idealista deputado Ciro (Geraldo Del’Rey). Eles revelam os mecanismos de uma sociedade corrupta em todas as camadas. (...)”

PROGRAMAÇÃO

Tocaia no asfalto | Roberto Pires, Fic., BA, 1962, 101’

Um político jovem e idealista encontra em Salvador adversários que se esforçam por eliminá-lo. Ele pretende instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar denúncias de corrupção, mas, em paralelo, um pistoleiro é contratado para assassinar o líder do grupo rival.

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