domingo, 27 de junho de 2010

Terça-Feira dia 29 de Junho - Circuito Cineclubista de Goiás com Documentário sobre Câncer


CIRCUITO CINECLUBISTA DE GOIÁS COM DOCUMENTÁRIO SOBRE CÂNCER


Na próxima terça-feira dia 29, a partir das 19h30, o Cineclube Cascavel da ABD-GO realizará sessão em rede estadual e nacional. Serão exibidos os documentários Sweet Karolyne e Câncer – Sem Medo da Palavra. Após a exibição, será realizado debate com o público presente.
"Câncer - Sem Medo da Palavra", documentário de Luiz Alberto Cassol será exibido no Cineclube Cascavel. Foto de Paulo H. Teixeira
 
Em Goiás, a última sessão de todo mês é realizada em circuito entre vários cineclubes em atividade por todo o Estado, demonstrando a articulação dos cineclubes e a existência sólida e capilar de um circuito de exibição não comercial em Goiás. O mesmo acontecerá em todo o território nacional nos meses de junho e julho, com esta sessão em especial, que tem os filmes Sweet Karolyne, da diretora Ana Bárbara, e Câncer – Sem Medo da Palavra, do diretor Luiz Alberto Cassol.

PROGRAMAÇÃO
CIRCUITO GO - CIRCUITO NACIONAL CINECLUBISTA - 2010 (CLASSIFICAÇÃO: LIVRE)

Sweet Karolynne | Direção: Ana Bárbara, Doc.,  PB, 2009, 15’
Sinopse: Nem Elvis, nem Jarbas morreram. É tudo uma grande invenção.
 Sweet Karolynne, documentário em curta-metragem, dirigido por Ana Bárbra.

Câncer – Sem Medo da Palavra | Direção: Luiz Alberto Cassol, Doc., RS, 2009, 70’
Sinopse: histórias e relatos de vida emocionantes. Pessoas que falam sobre o câncer sem medo da palavra através de depoimentos que buscam cooperar para um melhor entendimento do câncer e seus tratamentos.

Serviço
Sessão Cineclube Cascavel em Circuito Cineclubista de Goiás
Data: 29 de junho de 2010
Horário: 19h30
Local: Centro Cultural Cara Vídeo - Rua 83, 361, Setor Sul - Goiânia-GO
ENTRADA FRANCA
CLASSIFICAÇÃO: LIVRE
Fonte: Associação Brasileira de Documentaristas - Seção Goiás (ABD-GO)

Realização - ABD-GO
Parceria - CARAVÍDEO
Apoio - ABD Nacional, Conselho Nacional de Cineclubes, Cine Mais Cultura, Secretaria do Audiovisual/MinC
Siga no twitter: cinecascavel

domingo, 20 de junho de 2010

TERÇA DIA 22/06 - PREMIADOS DA VIII MOSTRA ABD CINE GOIÁS


PREMIADOS DA VIII MOSTRA ABD CINE GOIÁS

Na próxima terça-feira dia 22, a partir das 19h30, o Cineclube Cascavel exibirá cinco curtas premiados na VIII Mostra ABD Cine Goiás. A Mostra foi realizada entre os dias 9 e 11 de junho na cidade de Goiás durante o XII Fica.
Na tradicional competição do audiovisual goiano, foram selecionados 21 vídeos. Os vídeos concorreram, durante a Mostra, a diversos prêmios, no valor total de R$18 mil em dinheiro.
Serão exibidos os seguintes filmes: A Capoeira de Mestre Sabú, de Luiz Valentim, que ganhou o Prêmio de Melhor Montagem; Rupestre, de Paulo Miranda, que ganhou o Prêmio de Melhor Animação; O Caminho da Cachoeira ao Nascer do Sol – Ponte Affonso Pena, de Luiz Botosso e Thiago Veiga, ganhador do Prêmio de Melhor Roteiro; Graffiti em Ruínas e Outros Muros, de João Novaes, que ganhou o Prêmio “Eduardo Benfica” de Melhor Documentário; e Ela..., de Lázaro Ribeiro, ganhador do Prêmio “Beto Leão” de Melhor Filme. A sessão será seguida de debate com realizadores e público presente.

PROGRAMAÇÃO – PREMIADOS DA VIII MOSTRA ABD CINE GOIÁS (CLASSIFICAÇÃO: LIVRE)

A CAPOEIRA DE MESTRE SABÚ | Luiz Valentim, Doc., 2010, 20’
 Com direção, roteiro  e produção assinados por Luiz Valentim, a obra retrata a trajetória do vilaboense Mestre Sabu, que chega a Goiânia nos anos 1950. Aqui ele desenvolve um trabalho pioneiro com meninos de rua. A tarefa de introduzir a capoeira em Goiás é contada pelo próprio Sabu, que relata seus momentos de glórias, mágoas e a alegria de retornar à terra onde nasceu. 
Prêmio: Melhor Montagem / Edição

RUPESTRE | Paulo Miranda, Anim., GO, 2010, 20’
No antigo mundo neolítico um garoto registra na caverna tudo o que vê. Os resquícios da sua vida são encontrados por um arqueólogo que, nem sempre, acerta na teoria.
Prêmio: Melhor Animação

O CAMINHO DA CACHOEIRA AO NASCER DO SOL – PONTE AFFONSO PENA | Luiz Botosso e Thiago Veiga, Doc., GO, 2009, 19’31’’

A Ponte Affonso Penna é a ponte pênsil mais antiga ainda em funcionamento do País. Inaugurada em 1909, hoje com 100 anos, é um marco da história do Estado de Goiás. Construída sobre o Rio Paranaíba, ligando Itumbiara/GO à Araporã/GO, faz parte da paisagem urbana dessas duas cidades, orgulho daquele povo. O Documentário traz em seu bojo todas as informações necessárias para a compreensão da importância da Ponte no contexto histórico, ambiental e político, através de entrevistas consistentes, ornada pela inusitada participação ficcional daquele que primeiro registrou a difícil travessia do Rio Paranaíba, o botânico francês Saint Hilaire. 
Prêmio: Melhor Roteiro

GRAFFITI EM RUÍNAS E OUTROS MUROS | João Novaes, Doc., GO, 2009, 31’
Grafite é arte ou transgressão, vandalismo, assim como a pichação? Ambas são a mesma coisa? Este filme retrata dois processos de intervenção urbana que utilizaram o grafite como forma de transformação lúdica do meio ambiente caótico da cidade, nas ruas e muros de Goiânia. 
Prêmio ‘Eduardo Benfica’: Melhor Documentário

ELA… | Lázaro Ribeiro, Doc., 2010, 11’31’’
O  curta retrata o cotidiano da antiga Vila Boa, através da perspectiva de um homem que busca  a compreensão da vida. A solidão, o abandono e a incerteza o levam a buscar a esperança de uma nova oportunidade após o encontro com Ela.., a morte.
Prêmio ‘Beto Leão’: Melhor Filme

Serviço
Sessão Cineclube Cascavel com premiados da VIII Mostra ABD Cine Goiás
Data: 22 de junho de 2010
Horário: 19h30
Local: Centro Cultural Cara Vídeo - Rua 83, 361, Setor Sul - Goiânia-GO
ENTRADA FRANCA
CLASSIFICAÇÃO: LIVRE
Fonte: Associação Brasileira de Documentaristas - Seção Goiás (ABD-GO)

Realização - ABD-GO
Parceria - CARAVÍDEO
Apoio - ABD Nacional, Conselho Nacional de Cineclubes, Cine Mais Cultura, Secretaria do Audiovisual/MinC
Siga no twitter: cinecascavel

sexta-feira, 11 de junho de 2010

CINE DF - PALCO ABERTO - 15/06 - 19h30 - ENTRADA FRANCA



CINECLUBE CASCAVEL EXIBE CURTAS DO DF
E ABRE O PALCO PARA ARTISTAS

            Na próxima terça-feira (15/6), o Cineclube Cascavel recebe os realizadores do Distrito Federal, que estarão na sessão Curta DF e participarão do debate. É uma oportunidade única para os realizadores goianos trocarem dicas e experiências com os profissionais brasilienses, já que virão, além de diretores, um fotógrafo e um produtor musical de cinema.
            Os quatro curtas, sendo um documentário e três ficções, foram exibidos no Festival de Brasília e premiados em diversos festivais. A sessão única será seguida de debate e palco aberto – espaço livre dedicado para apresentações culturais (música, teatro, dança e poesia). O Cineclube oferecerá toda a estrutura necessária para a declamação de poesias, apresentação de peças, coreografias e músicas, neste caso, é só levarem os instrumentos necessários. As inscrições para o Palco Aberto terão início às 19 horas.

Brasilienses invadem Goiânia
            Ao saberem do Palco Aberto, a banda brasiliense “Tumulto Doido dos Cinemaléficos Anônimos ou Ovos Preferem”, formada por cineastas e músicos que interpretam diferentes papéis durante o show, resolveu entrar em contato com a produção do Cineclube para se apresentar. “Através de um tom crítico e elaborado, a banda leva a arte em pensamentos livres, com simplicidade na mistura de sons, ritmos e letras” explica Hugo Gonçalves, integrante da banda e fotógrafo do curta-metragem “Casulo”. A apresentação também será gravada para um documentário que está sendo feito sobre a banda.

Filmes da Sessão
Âmago | Antônio Balbino, Fic., DF, 2008, 8’ | Classificação: livre
Sinopse: Enquanto o artista se prepara para entrar em cena, ele relembra de momentos vividos. Mas o que realmente está sentindo parece ficar somente em seu âmago.

Casulo | Rafael Morbeck, Fic., DF, 2009, 18’ | Classificação: livre
Sinopse: Gravado em uma reserva florestal perto da cidade de Goianápolis, o filme conta a história de um jovem que perde os seus pertences pegando carona para Goiânia e acaba passando alguns dias na casa de Antero, onde vive uma transformação em contato com a natureza.

O General Uchôa e os Discos Voadores | Patrícia Saldanha, Doc., DF, 2009, 25’ | Classificação: livre
Sinopse: No início dos anos 70, em Brasília, o general e estudioso de fenômenos paranormais. Alfredo Moacir de Mendonça Uchoa, liderou um grupo de pesquisadores na tentativa de comprovar a presença de objetos voadores não identificados em nosso planeta. Durante cinco anos, realizou pesquisas na fazenda Vale Rio do Ouro, no município de Alexânia, Goiás, a 95 km de Brasília. A experiência levou o general a escrever livros, proferir palestras e a tornar-se um dos mais renomados representantes da ufologia nacional.

Homilia | José de Campos, Fic., DF, 2009, 15’ | Classificação não indicada
Sinopse: Padre tenta convencer prisioneiro a aceitar as verdades da igreja como o único caminho de salvação.

SERVIÇO – CURTA DF
Exibição de curtas contemporâneos do Distrito Federal com a presença dos realizadores.
Data: 15 de junho, terça-feira, 19h30
Após o debate com os realizadores, PALCO ABERTO – espaço livre para apresentações culturais (música, teatro, dança, poesia).
Endereço: Centro Cultural Cara Vídeo – Rua 83, n.º 361, Setor Sul – Goiânia
ENTRADA FRANCA

quarta-feira, 9 de junho de 2010

CINCELUBE CASCAVEL PRESENTE NO XII FICA! DIVULGUE E PARTICIPE: OFICINA DE CINECLUBISMO


OFICINA DE CINECLUBISMO
COM LUIZ FELIPE MUNDIM E RODRIGO CÁSSIO


PROPOSTA DA OFICINA
O cineclubismo brasileiro tem como data de nascimento, por convenção, a fundação do Chaplin Club em 13 de junho de 1928. Após 28 anos o movimento cineclubista tem se revigorado e se fortalecido diariamente, com o surgimento de cineclubes por todo o Brasil e especialmente no estado de Goiás. Entende-se que apenas através da fruição (acesso, debate, reflexão, produção) plena das obras audiovisuais pelo público é que se torna possível que um povo possa se apropriar e se expressar através da linguagem audiovisual. O movimento cineclubista historicamente luta pela democratização do acesso e da produção dos bens audiovisuais. Esta oficina pretende apresentar brevemente as diversas implicações culturais e sociais do modelo de distribuição e consumo dos bens audiovisuais na atualidade, com o objetivo de produzir reflexão capaz de estimular a criação e manutenção de novos cineclubes, assim como o fortalecimento de atividades de exibição não comerciais que já estejam sendo feitas.

ESTRATÉGIA: Dois encontros em dois dias de oficina, com quatro horas cada encontro. Em todos os encontros serão dedicados, inicialmente, duas horas e de conversa com os participantes e explicações teóricas e práticas dos oficineiros. Em seguida a essas explicações serão realizadas breves sessões seguidas de debate.

PÚBLICO ALVO: Cinéfilos, estudantes, professores, pesquisadores, integrantes de Pontos de Cultura, produtores culturais, líderes de comunidades, agentes sociais, estudantes e todas as pessoas interessadas em desenvolver um cineclube em sua cidade, ou escola.

FAIXA ETÁRIA: a partir de 16 anos

NÚMERO DE VAGAS: 25 pessoas

DADOS DOS OFICINEIROS
OFICINEIRO 1
Nome: Luiz Felipe Cezar Mundim
Currículo resumido:
Nasceu em Goiânia - GO, em 1982. Mestre em História pela UFG (2007). Possui graduação em História pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e graduação em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás.Trabalhou nos seguintes filmes: “Resistência.doc” (Assistência de direção e pesquisa) – em finalização, direção de Carolina Paraguassú; “De Orquídeas e Selos” (Roteiro), direção de Carolina Paraguassú; e “Abuso” (Direção, roteiro e fotografia). Compõe a atual diretoria da Associação Brasileira de Documentaristas – Seção Goiás, na função de segundo secretário. É coordenador do Cineclube Cascavel em Goiânia, e integrante do Cineclube Marcos Antônio Dias Batista, ambos com sessões semanais. Diretor Regional Goiás do Conselho Nacional de Cineclubes (CNC).

OFICINEIRO 2
Nome: Rodrigo Cássio Oliveira
Currículo resumido:
Mestre em Cinema pela Universidade Federal de Goiás. Possui graduação em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2008) e graduação em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal de Goiás (2007). Atualmente é doutorando pela Universidade Federal de Minas Gerais. Tem experiência nas áreas de Artes e Filosofia, com ênfase em estudos da imagem, atuando principalmente nos seguintes temas: cinema, modernidade, cultura, filosofia da arte. Como curador, realizou a Curta Mostra Goiás da 9ª. Goiânia Mostra Curtas, em outubro de 2009, e o 5º Festcine – Festival do Cinema Brasileiro, em novembro do mesmo ano. Atua como crítico de cinema e possui trabalhos publicados sobre cinema, arte e filosofia.

SERVIÇO
OFICINA DE CINECLUBISMO COM LUIZ FELIPE MUNDIM E RODRIGO CÁSSIO
Data: Quinta-feira, dia 10/06/2010, das 14h ÀS 18h. E sexta-feira dia 11/06 DAS 14h ÀS 18h;
Local: Empório Sebrae - Colégio Alcide Jubé, Ciddade de Goiás – XII Fica

quinta-feira, 3 de junho de 2010

O CINECLUBISMO E A DISTRIBUIÇÃO AUDIOVISUAL



O CINECLUBISMO E A DISTRIBUIÇÃO AUDIOVISUAL

Luiz Felipe C. Mundim*


O cineclubismo brasileiro tem como data de nascimento, por convenção, a fundação do Chaplin Club em 13 de junho de 1928. Em Goiás, essa história remete à década de 1970 com o conhecido Cineclube Antônio das Mortes. Após 82 anos o movimento cineclubista tem se revigorado e se fortalecido diariamente, com o surgimento de cineclubes por todo o Brasil e especialmente no estado de Goiás.
Importante destacar que se denomina enquanto movimento social e cultural porque luta pelos direitos do público, porque se move e dá ação ao público do cinema e das obras audiovisuais, com o objetivo de transformar a realidade. A possibilidade de transformação vem por meio da fruição, que é o acesso, o debate, a reflexão aberta e livre das obras audiovisuais. Só uma fruição plena das obras audiovisuais pelo público é que se torna possível que um povo possa se apropriar e se expressar através da linguagem audiovisual. E por público entende-se que somos todos nós, de diretores de filmes a crianças que experimentam o mundo mágico do cinema pela primeira vez. Sendo o público a base de toda a cadeia audiovisual, é nele que se resolvem as questões elementares relacionadas à política, cultura e sociedade.
Nesses termos, atualmente a luta do movimento cineclubista se volta à proposição de um novo modelo de distribuição e exibição dos bens audiovisuais no Brasil. A ênfase é garantir o acesso da população – principalmente as mais carentes e distantes dos grandes centros – aos filmes produzidos que não são distribuídos comercialmente, em especial as obras brasileiras. Mesmo que fossem comercializadas, as salas de cinema comercial hoje em dia cobrem um território muito restrito da realidade de número de municípios brasileiros. Existem pouco mais de duas mil salas de cinema, concentradas nos grandes centros urbanos e Shoppings Center, para quase cinco mil e seiscentos municípios no Brasil.
Com a retomada do cinema no Brasil, a questão da produção se resolveu em grande parte através das leis de incentivo, porém, a questão da distribuição e exibição ainda carece por resolução ampla e espelha a distância da população em relação aos cinemas e obras audiovisuais brasileiras. Obras essas que, em sua grande maioria, são produzidas lançando mão de mecanismos de financiamento público.
Nesse panorama é que se reafirma a atualidade e urgência da militância pelos direitos do público. Como exemplo dessa militância destaca-se, por exemplo, a luta permanente do cineclubismo nos últimos anos pela reforma da legislação vigente sobre os Direitos Autorais. A atual lei do Direito Autoral não contempla o circuito não comercial, e em determinados termos até criminaliza a atividade cineclubista, o que de maneira alguma condiz com a realidade e mesmo com leis e tratados internacionais que ressaltam o direito de todo ser humano ter acesso livre aos bens culturais.
Assim, o movimento cineclubista brasileiro através do Conselho Nacional de Cineclubes também contribuiu com a elaboração do texto do anteprojeto da nova lei do Direito Autoral que em breve estará disponível para consulta pública, onde os cineclubes aparecem em tema separado, e que a eles é garantido o direito livre de exibição. Tal direito se dá, necessário esclarecer, por se tratar de atividade sem finalidade comercial e que contribui para o cumprimento dos direitos básicos constitucionais, que prevêem o acesso à cultura.
Ao mesmo tempo, faz-se necessário que os cineclubes ajam em conjunto, estejam irmanados, e possam formar redes estáveis e sustentáveis de exibição e distribuição em cada estado. A partir dessas redes é que sairão novas demandas nacionais para as lutas pelos direitos do público.
O cineclubismo em Goiás, nesse sentido, tem tido função protagonista nacionalmente por meio das atividades dos cineclubes que aqui surgem e que, neste momento, se articulam e formam o “Circuito Cineclubista de Goiás”.
O objetivo da criação de um circuito cineclubista é o objetivo do movimento cineclubista mundial: democratizar o acesso aos bens audiovisuais. A partir disso, surgem as ideias regionais, locais para conformar e fortalecer uma rede estável de cineclubes em cada lugar. Volta-se, assim, à prática política dos cineclubes para uma articulação aberta entre eles mesmos, buscando a criação de um circuito de exibição não-comercial, ou seja, de um circuito cineclubista que dê a unidade da atividade em Goiás.
Este processo, na medida em que possibilita troca de experiências entre os cineclubes, fortalece o planejamento e divulgação de cada cineclube, cria os meios para potencializar a sustentabilidade de cada cineclube e para, consequentemente, garantir o direito do público de ter acesso aos filmes de maneira regular, livre e aberta.
Assim, além desses objetivos, está vinculado diretamente o objetivo fundamental de distribuir os filmes goianos, que não encontram outra janela de exibição a não ser em festivais, que contribuem em muito com a cadeia produtiva audiovisual, mas, que sozinhos não podem resolver o problema do acesso e da distribuição. Esta resolução, possivelmente, se encontrará na ampliação das ações, ou seja, no crescimento e na regularidade do circuito não comercial de exibição.


Publicado no Diário da Manhã - 31 de maio de 2010, Editoria Opinião, p. 6.

*Luiz Felipe C. Mundim é mestre em História, Diretor Regional de Goiás pelo Conselho Nacional de Cineclubes e um dos organizadores do Cineclube Cascavel. Contato: luizmundim@gmail.com

quarta-feira, 2 de junho de 2010

CRONICAMENTE INVIÁVEL: O CINISMO COMO ASSUNTO E LINGUAGEM


CRONICAMENTE INVIÁVEL: O CINISMO COMO ASSUNTO E LINGUAGEM

Rodrigo Cássio
A imagem da nação elaborada em Cronicamente Inviável traz o tom exasperado que delineia os enlaces de poder horizontais, ao mesmo tempo diferenciadores dos entes sociais e aptos a arremessarem as diferenças em um conjunto homogêneo, no qual a brasilidade se constitui, por exemplo, sob os braços abertos de um Cristo Redentor que não apazigua nem promove a redenção. Não há saída. Antes disso, até mesmo a bênção divina é um convite para que a destruição persista, e o filme não se esquiva de afirmar essa nacionalidade adoecida, tão próxima de uma esperança vazia quanto mais absorvida pelo ufanismo fácil que, no filme, está ausente. Os galhos retorcidos do cerrado sinalizam um gigante adormecido em berço esplêndido: o próprio Deus das lembranças de infância da personagem Amanda, em uma metáfora que associa o hino nacional ao insuflado – e duvidoso – otimismo da nação.
Cronicamente Inviável destitui a soberania nacional, tão arraigada no discurso televisivo, na medida em que a indústria cultural se sofisticou e o nacional-popular encontrou um novo esteio no país. À luz do que pautou o debate nos anos 1960, a conjugação de povo, nação e desenvolvimento está refletida em seu viés mais ácido, ao gosto de uma irreverência cética que ganhou força no cinema brasileiro dos anos 1970. O povo é uma quimera – dividida entre as massas encantadas pela felicidade moribunda do carnaval ou o público passivo de um programa de tevê. Nas palavras do crítico Ismail Xavier, a totalização da experiência nacional, no filme de Sérgio Bianchi, “põe os brasileiros no laboratório do medo, das hipóteses idílicas ironizadas, dos ódios recíprocos que desmontam o mito da simpatia e do jeitinho, dos comentários ressentidos que azedam a alegria e o carnaval”. De fato, nada parece menos provável, em Cronicamente Inviável, que os desejados benefícios do desenvolvimento, tão perseguidos pelo Brasil moderno – resta apenas a pergunta: o que terá, de fato, desenvolvido na nação que outrora se chamou de Terceiro Mundo?
O impacto que o filme pode causar no imaginário do espectador importa mais que a verossimilhança de suas representações ou a capacidade que pode lhe ser atribuída de discursar sobre o real. Afinal, em última instância, é este discurso sobre o real que mostra seu limite, em uma época na qual as justificativas racionais para ações alienadas são perfeitamente cabíveis – eis o que faz a falsa consciência esclarecida, conceituada por Sloterdijk. Os ‘fatos’ devem impactar, em vez de desvelarem. Os ‘fatos’ não são da ordem da fotografia que acessa o real, mas do pé imundo que se apresenta de maneira corrosiva como a metáfora de uma condição social.
Para dizer de outro modo, “não há limites para a nossa tolerância moral; não há fato ‘real’ o suficiente que uma inversão no sentido do discurso não seja capaz de ressignificar, para livrar a cara dos responsáveis”. Nessas palavras de Maria Rita Kehl, em artigo publicado durante a discussão mais enérgica do filme pela crítica, o fundamento cínico de Cronicamente Inviável é abordado de maneira direta. Pode-se mesmo afirmar que este fundamento é interiorizado no filme, convertendo-se em dado de estilo, e que a falsa consciência esclarecida é um componente indispensável da psicologia rasa de suas personagens. Por essa via, a adesão da obra a códigos estéticos envolvidos historicamente com a manutenção da hegemonia, como é o caso da decupagem clássica e dos princípios de encenação que não abrem mão da ‘naturalidade’ e de certa mímesis como guia, só poderia ser uma adesão ‘contaminada’ previamente pelo cinismo.

*Rodrigo Cássio é doutorando pela UFMG e mestre em Cinema pela UFG. Foi curador da Curta Mostra Goiás - 9ª Goiânia Mostra Curtas e do 5° FestCine – Festival do Cinema Brasileiro. Atua como crítico de cinema e possui trabalhos publicados sobre cinema, arte e filosofia e é colaborador do Cineclube Cascavel.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Programação - Junho de 2010


CINECLUBE CASCAVEL
PROGRAMAÇÃO – JUNHO DE 2010
ENDEREÇO: CENTRO CULTURAL CARA VÍDEO, RUA 83, N. 361, ST. SUL, GOIÂNIA

DIA 01/06 – CRONICAMENTE INVIÁVEL EM DEBATE COM RODRIGO CÁSSIO
Terça-feira, 19h30
Cronicamente Inviável | Sergio Bianchi, Brasil, SP, 2000, Fic., 102’
ENTRADA FRANCA
Classificação: 18 anos

DIA 08/06 – O BLA BLA BLA DAS ELEIÇÕES
Terça-feira 19h30
Bla Bla Bla... | Andrea Tonacci, Brasil, RJ, 1968, 26’
ENTRADA FRANCA
Classificação: 12 anos

DIA 15/06 – CURTA DF
Terça 19h30
Curtas contemporâneos de realizadores do Distrito Federal
O General Uchâo e os Discos Voadores | Patrícia Saldanha, Doc., DF, 2009, 25’
Âmago | Antônio Balbino, Fic., DF, 2008, 8’
Casulo | Rafael Morbeck, Fic., DF, 2009, 18’ | Classificação: livre
Homilia | José de Campos, Fic., DF, 2009, 15’ | Classificação não indicada
Após o debate com os realizadores, PALCO ABERTO – espaço livre para apresentações culturais (música, teatro, dança, poesia).
ENTRADA FRANCA
Classificação não indicada

DIA 22/06 – PREMIADOS DA VIII MOSTRA ABD CINE GOIÁS - 2010
Terça-feira 19h30
Sessão com a exibição dos principais vencedores da VIII Mostra ABD Cine Goiás e debate com os realizadores.
ENTRADA FRANCA
Classificação não indicada

DIA 29/06 – CIRCUITO GO - CIRCUITO NACIONAL CINECLUBISTA - 2010
Terça-feira 19h30
Sweet Karolynne | Direção: Ana Bárbara, Doc., PB, 2009, 15’
Câncer – Sem Medo da Palavra | Direção: Luiz Alberto Cassol, Doc., RS, 2009, 70’
ENTRADA FRANCA
Classificação não indicada