segunda-feira, 16 de março de 2009

ANIVERSÁRIO 70 ANOS DE GLAUBER NO CINE CASCAVEL DA ABD-GO

Se vivo estivesse, Glauber Rocha completaria 70 anos no dia 14 de março de 2009. Para comemorar a importante data, o Cineclube da ABD-GO, Cine Cascavel, presta no próximo dia 17 uma homenagem ao cineasta baiano que mais amou o seu país e o seu povo.

A sessão Glauber Rocha - Aniversário de 70 anos de vida, promovida pelo Cine + Cultura da ABD-GO, na próxima terça-feira, dia 17, a partir das 20 horas no Centro Cultural Cara Vídeo (rua 83 nº 361, no Setor Sul, em Goiânia), exibe: “Memória de Deus e do Diabo em Monte Santo e Cocorobó”, de Agnaldo Siri Azevedo; “Glauber é Rocha”, de Ângelo Lima; “Abry”, de Joel Pizzini e Paloma Rocha, e “A Degola Fatal”, de Clóvis Molinari Junior e Ricardo Favilla. Em seguida haverá debate.

Com o intuito de criar o hábito cineclubista, o Cine + Cultura da ABD-GO realiza sessões gratuitas toda terça-feira, às 20 horas, no Centro Cultural da CARAVÍDEO. Visite também o site http://circuitocentroeste.ning.com/ para acompanhar as atividades desta ação.

O Cine + Cultura da ABD-GO conta com a parceria da CARA VÍDEO, do Sebrae-GO e apoio do Conselho Nacional de Cineclubes (CNC), da ABD Nacional e do Ministério da Cultura – Secretaria do Audiovisual.

Foto: Ronaldo Theobald


PROGRAMA – GLAUBER ROCHA – Aniversário de 70 anos de vida (CLASSIFICAÇÃO: 12 ANOS)


“Mais de 25 anos depois de sua morte, o nome de Glauber Rocha continua uma referência central no debate sobre o cinema e a cultura nacionais. Ainda que o novo cinema brasileiro, o chamado cinema da retomada, tenha convertido o legado glauberiano em uma espécie de contra-exemplo, renegando-lhe os excessos e mesmo a modernidade, o fantasma de Glauber continua a assombrar até mesmo aqueles que, de sua geração, sobreviveram. Numa época em que o cinema nacional parece ter abdicado da missão de pensar e fabular o país, contentando-se em refletir-lhe a realidade pela superfície, a figura de Glauber não deixa de encarnar um ideal perdido da nossa arte.” Tiago Mata Machado, para a Programadora Brasil.

Sempre controvertido, escreveu e pensou cinema. Queria uma arte engajada ao pensamento e pregava uma nova estética, uma revisão crítica da realidade. Considerado o mais amado e odiado cineasta brasileiro, era visto pela ditadura militar, que se instalou no país em 1964, como um elemento subversivo. Ao longo de sua carreira, fez 11 longas e seis curtas, tendo a luta pela liberdade como tema recorrente. Liderou o movimento do Cinema Novo, que buscava quebrar radicalmente com o estilo cinematográfico norte-americano, notadamente a narrativa clássica hollywoodiana.

Os filmes presentes nesta sessão compõem um retrato fragmentar e polifônico de Glauber, sem pretender esgotar ou explicar a complexidade do cineasta. A sessão é apresentada na ocasião dos 70 anos do nascimento de Glauber Rocha que se completam no dia 14/03/2009. Indiscutivelmente, 70 anos de vida.


- Glauber é Rocha | Ângelo Lima, GO, 2008, Exp, 13’

Um poema kinematografico sobre o genial Glauber Rocha, Glauber é kinema, Glauber ta vivo, viva Glauber.


- Memória de Deus e do Diabo em Monte Santo e Cocorobó | Agnaldo Siri Azevedo , BA, 1984, Doc, Cor, 35mm, 11’

Evocação dos caminhos percorridos por Glauber Rocha em Monte Santo e Cocorobó, Serra de Canudos, Bahia, quando filmava Deus e o Diabo na Terra do Sol. Paralelismo entre vigor e o rigor místico dos propósitos de Antônio Conselheiro e do cineasta, dirigidos pela ânsia de despertar a consciência dos homens e promover a liberdade.


- A Degola Fatal | Clóvis Molinari Junior e Ricardo Favilla, RJ, 2004, Doc, Cor, 35mm, 13’

Documentário que resgata imagens inéditas feitas originariamente em super 8 em 22 de agosto de 1981 e que mostram o funeral do cineasta Glauber Rocha narrado por ele mesmo.


- Abry | Joel Pizzini e Paloma Rocha , SP, 2003, Doc, Cor, Vídeo, 30’
Divulgação

Lúcia Rocha, mãe de Glauber, no curta "Abry"

Aos 84 anos de idade, Lúcia Rocha interna-se num hospital em São Paulo para fazer exames no coração. Ao receber a notícia sobre o risco que corria sua vida, Lúcia lacônica, diz ao médico - então abre! É a segunda vez que ela submete-se a uma cirurgia de pontes de safena. A partir deste gesto, nasce o documentário Abry (com y, signo do inconsciente, de acordo com a nomenclatura inventada pelo filho Glauber Rocha). Para relatar suas memórias, ela convida o cineasta Joel Pizzini que oferece sua mini-câmera com instrumento amplificador do imaginário de Lúcia. Abry é um mergulho poético no universo fabulador de Lúcia Rocha, reconstruindo sua trajetória no cinema brasileiro através de sons imagens e personagens com quem conviveu de perto.


Serviço

Sessão Cineclube Cine Cascavel filme Macunaíma com debate

Data: 17 de março de 2009

Horário: 20h

Local: CENTRO CULTURAL CARAVÍDEO - Rua 83, 361, Setor Sul - Goiânia-GO

Site: http://circuitocentroeste.ning.com/

ENTRADA FRANCA

CLASSIFICAÇÃO: 12 ANOS


Debate


Ângelo Lima – Cineclubista desde 1965 e foi um dos fundadores do CCC (Centro de Cultura Cineclubista), o primeiro cineclube de Goiânia, ao lado de Geraldo Moraes, Pedro Caldino, Eduardo Benfica, entre outros. Angelo Lima é um dos mais atuantes cineastas no Estado de Goiás, e dos maiores expoentes do cinema goiano, com vários filmes premiados em festivais diversos.

Pedro Novaes – Realizador do audiovisual goiano, atua como diretor e produtor e é sócio da Sertão Filmes.

Beto Leão (Mediador) – Jornalista e presidente da ABD-GO. Especialista em Cinema pela UnB (1985) e graduado em Comunicação Social – Jornalismo pela UFG (1982). Cineclubista, diretor e roteirista de Cinema, tendo realizado seis obras cinematográficas. Escritor, tendo publicado, entre outras obras, a “Enciclopédia do Cinema Brasileiro” (Ed. Senac, São Paulo, 2000).


Fonte: Associação Brasileira de Documentaristas - Seção Goiás (ABD-GO)

sexta-feira, 13 de março de 2009

Artigo - Resgate do Cineclubismo


Estabelecidos há mais de 80 anos, os conhecidos cineclubes voltam a fazer parte da realidade cinematográfica do Brasil e reassumem seu papel principal: formar público para o cinema nacional

Gustavo Jönck


Um espaço para ver filmes raros, saber das novidades, trocar idéias e fazer amigos. É mais ou menos assim que se caracteriza um cineclube, conceitualmente definido como uma organização de pessoas com o objetivo comum de assistir e discutir obras cinematográficas. A prática, que existe no Brasil há 80 anos, comemorados em 2008, teve um papel muito importante na formação dos grandes cineastas e estudiosos do assunto. Depois de um período em esquecimento, que durou cerca de 15 anos – desde o fechamento, em 1989, do Conselho Nacional de Cinema (CNC) até a sua reabertura em 2004 –, os cineclubes voltaram a florescer nos últimos anos e novamente começam a cumprir seu papel de formar público de cinema em um país em que grande parte da população sequer tem a experiência de ver películas em salas escuras.

Uma importante iniciativa de inclusão é o Circuito Popular de Cinema, implementado pelo Centro Cineclubista de São Paulo (Cesisp). O objetivo é criar salas de projeção na periferia para promover oficinas de audiovisual e exibição de obras para discussão. A primeira delas foi no bairro do Grajaú, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura. “O projeto se propõe a criar salas populares na periferia das grandes cidades e no interior, visando a criação de novas plateias”, explica Diogo Gomes, presidente do Cesisp. Além disso, a entidade realizou, em novembro do ano passado, o 10º Fórum de Cineclubismo e Audiovisual Comunitário, que teve o tema “Democratização dos meios de comunicação: cinema a um real”, na cidade de Mococa, interior de São Paulo. E, dentro deste fórum, ocorreu também o Prêmio Luiz Orlando para o melhor curta-metragem. O ganhador foi O fim da arrogância, produção que também ganhou o IV Prêmio Cine Favela, organizado pela entidade do mesmo nome (www.cinefavela.org.br) na Cidade Nova Heliópolis, que realiza diversas atividades culturais para a comunidade do bairro, entre elas a exibição de filmes. O Cesisp também organiza o Cineclube Baixa Augusta, na região central de São Paulo. Toda segunda-feira exibe produções cinematográficas, e nas quartas acontece o Chá com Cinema, especial para senhoras, retomado neste mês.

Em parceria com o Cesisp, Jonilson Montalvão é outro exemplo dessa retomada. Ele organiza com seus amigos o Cineclube Lunetim Mágico (www.lunetim.blogspot.com), que acontece nesse mesmo espaço. São jovens que se reúnem todo último sábado do mês para assistir e discutir películas com os diretores. Em algumas ocasiões, são os próprios frequentadores que exibem suas produções.


ITINERANTE
Há também iniciativas de cinema itinerante que se aproximam da proposta cineclubista. O principal exemplo é o Cine Tela Brasil, realizado pela Buriti Filmes, que começou em 1996, com o nome de Cine Mambembe. A diretora Laís Bodanzky e o roteirista Luiz Bolognesi, produtores da Buriti, com uma Saveiro e um gerador elétrico, percorreram 15 mil quilômetros levando produções brasileiras a populações que nunca foram ao cinema. A aventura deu origem ao documentário Cine Mambembe - O cinema descobre o Brasil, premiado pela TV Cultura com o prêmio de Melhor Documentário no Festival Internacional de Documentários de São Paulo. Em 2004, com patrocínio, o projeto deixa de ser mambembe e torna-se o Cine Tela Brasil. Hoje, são duas salas itinerantes com projetor de 35mm e 225 lugares, transportadas em caminhão, oferecendo conforto que supera algumas salas comerciais. A cada semana estão em uma cidade diferente, onde ficam estacionados por três dias, realizando o total de 12 exibições. Em algumas sessões, são oferecidas as Oficinas Vídeo TelaBrasil, nas quais são ministradas aulas sobre cinema com personalidades como o cineasta Cao Hamburger. Já alcançaram um público de mais de 460 mil espectadores em mais de 200 cidades. O programa das sessões pode ser consultado no site www.cinetelabrasil.com.br.

A Livraria Cultura de Recife também organiza o seu cineclube. São exibições temáticas de obras nacionais e estrangeiras, em que frequentemente são chamados profissionais da área para um debate com o público sobre a exibição. Um exemplo é a professora Ana Catarina Galvão, que deu bastante apoio ao projeto. As sessões, que ocorrem no auditório da loja, têm média de público de 50 pessoas. O interessante é que a atividade foi uma iniciativa dos funcionários. Quem começou foi o colaborador Luiz Felipe Uchoa, e hoje conta com a organização de Carlos Antonio Lima. O sucesso da atividade vai ser repetido na unidade de Porto Alegre, onde será implantada em breve, porém ainda sem data definida.


FORMAÇÃO DE CINEASTAS
O resgate da prática cineclubística é importante pelo que ela já fez pelo Brasil. Para se ter uma ideia da força desta prática, basta saber que o Festival de Cinema de Gramado nasceu de um cineclube: o Clube de Cinema de Porto Alegre, fundado por Paulo Fontoura Gastal. Trata-se do único cineclube brasileiro ininterruptamente em funcionamento. Além disso, uma boa parcela de estudiosos, cineastas e autoridades do setor foram ao cinema pela primeira vez por meio de um cineclube na década de 1960 – o de Porto Alegre, por exemplo, foi fundamental para a construção do Cinema Novo. “Antes, como não existiam escolas de cinema, os cineastas, críticos e teóricos começavam, invariavelmente, pelos cineclubes. Esta representação social foi a base para quem pretendia seguir carreira profissional na área”, diz Diogo Gomes que foi presidente do Conselho Nacional de Cineclubes (CNC) entre 1984 e 1986.

Orlando Senna, cineasta, diretor de uma das grandes produções cinematográficas brasileiras Iracema - Uma transa amazônica, e ex-secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura (MinC), também coloca o cineclubismo como fator decisivo em sua formação profissional. Depois de frequentar o Cine Rex, no interior da Bahia, e o Cine Fórum do Colégio Marista, em Salvador, ele também chegou a participar intensamente do Clube de Cinema da Bahia, liderado por Walter da Silveira. “Foi quando decidi que o cinema seria a ocupação central de minha vida. Foi lá que o deslumbramento pelo tema se transformou em profissão, e isso dá uma medida da influência do cineclubismo em minha história pessoal”.

Este envolvimento do cineclube na vida das autoridades que compunham o MinC, a partir da gestão do ministro Gilberto Gil, em 2002, foi essencial para a rearticulação do movimento. “Foi uma das primeiras ações postas em prática pela Secretaria do Audiovisual (SAV) e foi decidida logo depois que assumi a Secretaria e Gilberto Gil assumiu o Ministério da Cultura. O início e o deslanche dessa ação foram operados diretamente por Leopoldo Nunes, [na época chefe de gabinete da Secretaria do Audiovisual e atual membro do colegiado da Agência Nacional de Cinema]. Não foram necessárias muitas pesquisas e reuniões, porque o ministro, eu, o Leopoldo e toda minha equipe éramos cineclubistas e sabíamos da importância disso para a cultura audiovisual”, testemunha Senna. Desde então, a SAV e o CNC vêm dialogando para o estímulo ao cineclubismo, o que resultou em dois importantes projetos, o Circuito Brasil e a Programadora Brasil (ver box).


UM POUCO DE HISTÓRIA
O marco histórico do início desse movimento é o Chaplin Club, no Rio de Janeiro, em 1928. Antes disso, em 1917, também no Rio de Janeiro, um grupo formado por Adhemar Gonzaga, Pedro Lima e Paulo Vanderley, entre outros, realizava sessões. Porém, segundo a pesquisadora e organizadora do Cachaça Cinema Clube, Débora Butruce, em seu artigo “Cineclubismo no Brasil”, publicado na revista Acervo, é com a fundação do Chaplin Club que se inicia um movimento sistemático de exibição e discussão de filmes. Seus fundadores são Plínio Sussekind Rocha, Otávio de Faria, Almir Castro e Cláudio Mello, pessoas de prestígio do meio cultural carioca que levaram o cineclube a ter forte repercussão. O Fan, revista oficial publicada durante dois anos, com nove edições, é estudada até hoje por pesquisadores. Mas uma grande contribuição foi o lançamento de Limite, de Mário Peixoto, um dos filmes mais importantes da história do nosso cinema.

Amigo de Plínio Sussekind, Paulo Emílo Salles Gomes foi um importante nome na história do cineclubismo. Ele, junto com Décio de Almeida Prado, Lourival Gomes Machado e Antonio Cândido de Mello e Sousa, todos alunos do curso de Filosofia da USP, fundou o Clube de Cinema de São Paulo em 1940. Fechado pelo DIP - Departamento de Informação e Propaganda, órgão criado durante a ditadura de Getúlio Vargas -, o cineclube reabre em 1946, após o fim do Estado Novo, junto com outros em todo o país. Em 1949, une-se ao Museu de Arte Moderna, transformando-se na filmoteca do MAM. Em 1956, o acervo deixa o museu para formar a Cinemateca Brasileira, talvez o mais importante arquivo do cinema nacional. Em 1984, ela se torna órgão do governo federal.

Dentro da história do cineclubismo, pode-se citar a Igreja como um importante agente de ampliação do movimento. Em 1936, criado pela Ação Católica Brasileira, teve início o Serviço de Informações Cinematográficas, no qual eram divulgados boletins com as “cotações morais” dos filmes exibidos no Brasil. Foi tal o exercício da Igreja no meio cineclubístico que ela se tornou a maior tendência no movimento no início dos anos 1960. Foram quase 100 cineclubes sob sua administração.

Segundo a pesquisadora Débora Butruce, a Igreja “pode ser considerada uma das únicas vertentes de perfil claramente ideológico que conseguiu pôr em prática uma articulada proposta para a atividade cineclubística, publicando livros, apostilas, promovendo cursos e formando equipes para difundir seu modo de organização”.

Em 1956, foi criado o Centro dos Cineclubes de São Paulo, na sede da Cinemateca, onde trabalharia na distribuição de filmes, organizando mostras e promovendo cursos.

Depois disso, as criações da Federação de Cineclubes do Rio de Janeiro em 1958, da Federação de Minas em 1960, e de outras agremiações, possibilitaram uma maior organização do movimento, resultando na criação do Conselho Nacional de Cineclubes, em 1962.

JORNADA
Outro acontecimento para o desenvolvimento da prática foi a 8ª Jornada Nacional de Cineclubismo, realizada em 1974, no Paraná, quando os participantes redigem a “Carta de Curitiba”, na qual se comprometem com a defesa do cinema brasileiro. O documento também previa a criação de uma distribuidora alternativa de películas para os cineclubes. A partir disso, foi então criada a Dinafilme, em 1976, pelo CNC. Uma distribuidora que teve seu funcionamento prejudicado pelas invasões e apreensões feitas pela ditadura militar.

Em 1982, foi fundado o Cineclube Bixiga, com Diogo Gomes entre seus criadores. Com muito charme, conquistou grande sucesso de público em São Paulo. Com projeção de 35mm (tecnologia de ponta na época), chegou a superlotar 158 sessões em um único mês. Sucesso que motivou o nascimento de outros, como o Elétrico e o Estação Botafogo.

O movimento teve como marco de seu declínio o fechamento do CNC, em 1989. Vários fatores colaboraram para a decadência do cineclubismo: o enfraquecimento de movimentos sociais e a perda de referências políticas decorrentes do fim da ditadura e da queda do muro de Berlim, além da consolidação do videocassete. Mais importante, contudo, foi o desmantelamento do cinema nacional durante o governo Fernando Collor de Mello (1990-1992), que teve como marco principal o fechamento da Embrafilme.

A rearticulação do movimento se dá em 2003, por iniciativa da SAV, com a realização da Jornada de Rearticulação do Movimento Cineclubista, durante o Festival de Brasília. Esta comissão fez um mapeamento da atividade no país e organizou a 24ª Jornada Nacional de Cineclubes, realizada em novembro de 2004, na qual foi criado um novo Conselho Nacional de Cineclubes, mas que teve que trocar de nome, em 2006, para Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros, apesar de continuar utilizando a mesma sigla CNC. Mudança causada por um desentendimento de suas lideranças sobre se o órgão seria ou não uma continuidade da organização encerrada em 1989. Hoje, o CNC tem como presidente Antonio Claudino de Jesus e a expectativa é que este retorno das entidades seja definitivo. ©



Para quem se animou a montar e organizar seu próprio cineclube em sua comunidade, é possível contar com o apoio de dois projetos do Ministério da Cultura: a Programadora Brasil e o Cine+Cultura. A Programadora Brasil tem o objetivo de oferecer conteúdo com baixo custo para os cineclubes. Ela oferece filmes clássicos e atuais do cinema nacional, além de muitos documentários, na forma de programas em DVD. Para participar, basta se associar pelo site www.programadorabrasil.org.br. Para cada DVD, é cobrada taxa R$4,00, destinados ao projeto, mais R$6,00 para os direitos autorais, além do custo de envio do material. Para a exibição dos programas, é necessário que sejam feitas sessões gratuitas, o que não impede a cobrança de uma taxa de manutenção. A licença para a utilização dos DVDs dura dois anos. Depois desse período, não é preciso devolver o material, mas, para nova exibição pública, é preciso renovar a licença, efetuando o pagamento mais uma vez. No site é possível ver também os programas disponíveis para exibição. Complementando o trabalho da Programadora Brasil, o Cine+Cultura veio suprir outros dois aspectos: a parte técnica de equipamento e a capacitação de quem o administra. Cada contemplado do programa recebe um projetor digital, um sistema com 4 caixas e uma mesa de som, 2 microfones sem fio, um telão de 3x4 metros, 1 DVD player e uma câmera digital. O Cine+Cultura também se compromete ainda a enviar 12 programas da Programadora Brasil a cada trimestre, e o cineclube se compromete a encaminhar, no final desse período, um relatório sobre as sessões durante dois anos.

Para a capacitação, são organizadas oficinas de treinamento dadas pelo CNC. São aulas práticas e teóricas constituídas por um pouco de história do cineclubismo e do cinema, principalmente nacional; técnicas de como organizar e divulgar uma sessão, entre outros componentes de administração; além do manuseio dos equipamentos cedidos. Para ser contemplado, o cineclube deve estar localizado em zonas rurais ou na periferia dos grandes centros urbanos, pois são lugares que têm menos acesso a exibições audiovisuais. A seleção de contemplados é feita por meio de editais. O novo edital de seleção foi lançado no dia 11 de fevereiro e está disponível no site www.cinemaiscultura.org.br.

São várias as entidades que já se beneficiam desses projetos. Na Programadora Brasil, elas vão além dos cineclubes e englobam universidades, escolas, centros culturais e de apoio à cultura. Já foram distribuídos 330 filmes em 130 programas desde fevereiro de 2007. Até o final de dezembro, eram 672 pontos de exibição audiovisual de circuitos não-comerciais associados ao projeto, 90 deles se denominavam cineclubes. Do total desses associados, metade já havia adquirido DVDs. Os locais de projeção estão espalhados por mais de 350 municípios nos 27 estados brasileiros, uma conquista interessante se comparada com as salas de cinema comerciais, presentes em 450 municípios.

Uma crítica que pode ser feita ao projeto é o fato de a Programadora disponibilizar seu acervo por meio de programas pré-moldados, o que tira a liberdade dos cineclubes de fazer sua própria programação, como explica Diogo Gomes: “Para eles, programar é uma questão de autonomia”. O Cine+Cultura foi uma iniciativa constituída a partir do resgate do projeto Pontos de Difusão pelo programa Mais Cultura Audiovisual, do MinC. Por sua recente criação, ainda atinge um número de projetos menor. O próximo edital do Circuito Brasil visa atender 100 futuros cineclubes. Segundo Frederico Cardoso, coordenador do Cine+Cultura, “pretendemos que sejam pelo menos mais 2000 até o final de 2010”. (GJ)



Fonte: http://www2.livrariacultura.com.br/culturanews/rc20/index2.asp?page=entretenimento

segunda-feira, 9 de março de 2009

CINE CASCAVEL HOMENAGEIA AS MULHERES

Na semana que homenageia a mulher, o Cine Cascavel, através do Cine + Cultura da Associação Brasileira de Documentaristas - Seção Goiás (ABD-GO), exibirá seis curtas sobre os Olhares Femininos, entre eles, o goiano "Meu Batom Tem Um Quarto" e "Três Minutos", exibido em Cannes. Após a sessão haverá debate sobre o tema e as obras, com as pesquisadoras na área de gênero Morgana Bailão Albino e Suety Líbia Alves Borges.

Com o intuito de criar o hábito cineclubista, o Cine + Cultura da ABD-GO realizará sessões gratuitas durante o ano de 2009 toda terça-feira, às 20 horas, no Centro Cultural da CARAVÍDEO (Rua 83, nº 361 - Setor Sul). Visite também o site http://circuitocentroeste.ning.com/ para acompanhar as atividades desta ação.

O Cine + Cultura da ABD-GO conta com a parceria da CARA VÍDEO, do Sebrae-GO e apoio do Conselho Nacional de Cineclubes (CNC), da ABD Nacional e do Ministério da Cultura – Secretaria do Audiovisual.

Olhares Femininos
A diversidade da condição feminina em seis diferentes olhares de mulheres cineastas. A sessão “Olhares Femininos” não justifica seu título simplesmente por ser composto de seis curtas-metragens dirigidos por mulheres, mas, sim pelo compromisso de todos estes trabalhos em se deixar envolver pela sensibilidade das personagens femininas que os protagonizam. A sexualidade é protagonista de Messalina, de Cristiane Oliveira – com a particularidade de a protagonista ser deficiente visual. Exibido no Festival de Cannes, o engenhoso "Três Minutos", de Ana Luiza Azevedo, trata de decisões que podem mudar nossa vida. Na animação "Desventuras de Um Dia, ou A Vida Não é Um Comercial de Margarina", de Adriana Meirelles, um estressante dia de trabalho ganha redenção através do amor. Uma jovem mãe tem as agruras de um duro cotidiano compensadas através do contato com sua filha em "Dalva", de Caroline Leone. No único documentário da sessão, “Meu batom tem um Quarto”, dos realizadores goianos Alyne Fratari e Leandro di Oliveira, também a sexualidade é tema da história contada sobre o cotidiano de dançarinas de uma boate no centro de Goiânia. Encerrando o programa, "Estória Alegre", de Cláudia Pucci, é baseado em texto de Anton Tchecov e retrata uma situação de risco com desfecho extremamente prazeroso.


PROGRAMA - OLHARES FEMININOS (CLASSIFICAÇÃO: 16 ANOS)

- Messalina Cristiane Oliveira , RS, 2004, Fic, Cor, 35mm, 14’

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Messalina

Um telefone público insiste em tocar numa avenida de Porto Alegre. Isabel, uma jovem cega, atende o chamado. Um convite faz com que ela mergulhe numa fantasia que irá ajudá-la a quebrar os limites impostos por sua deficiência.


- 3 Minutos | Ana Luiza Azevedo , RS, 1999, Fic, Cor, 35mm, 6’

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3 Minutos

Três minutos. O tempo de passar o bastão e correr 1600 metros. De cozinhar um ovo. O tempo de tomar uma decisão que pode mudar a sua vida, antes que caia a ficha.


- Desventuras de Um Dia ou a Vida Não é Um Comercial de Margarina... | Adriana Meirelles, SP, 2004, Ani, Cor, 10’

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Desventuras de Um Dia...

Logo cedo, trânsito e preocupações ocupam os pensamentos de Luíza. Mal começa a trabalhar e já se vê envolvida nas situações cotidianas que a irritam e entediam. Assim passa o seu dia, tentando cumprir o fluxo de trabalho e assumindo elementos metafóricos de seus sentimentos em cada momento. No final do dia volta para casa cansada. Junto ao namorado, se “restaura” e num beijo final o mundo parece ter outras cores. Redenção do poder do amor e do sexo.

- Dalva | Caroline Leone , SP, 2004, Fic, Cor, 16mm, 10’

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Dalva

Visão poética do cotidiano de uma mãe solteira vivendo na cidade de São Paulo. O sonho contado pela filha transforma seu dia em objeto de reflexão sobre as possibilidades individuais de felicidade.

- Meu Batom Tem Um Quarto | Alyne Fratari e Leandro di Oliveira, GO, 2007, Doc, 17’

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Diretora - Alyne Fratari

Mulheres! Uma observação poética sobre um cinema diferente. Um cinema que pode estar espalhado no centro de qualquer cidade brasileira.

- Estória Alegre | Claudia Pucci , SP, 2002, Fic, Cor, 16mm, 9’

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Estória Alegre

Isso aconteceu há muito tempo. Soube, depois de anos, da alegria com que Nádia sempre se lembrou das descidas, do som das rodas no concreto, das palavras ao vento.

DEBATE

- Morgana Bailão Albino
Formada em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Goiás. Educadora social, feminista e estudiosa na área de gênero, sexualidade e educação.

- Suety Líbia Alves Borges

Formada em Letras e Lingüística pela Universidade Federal de Goiás, é integrante do Grupo de Mulheres Negras Malunga, onde é pesquisadora e educadora na área de letramento, gênero e raça.



SERVIÇO
Sessão Cineclube Cine Cascavel - Exibição de Macunaíma seguida de debate
Data: 10 de março de 2009
Horário: 20h
Local: Centro Cultural CARAVÍDEO - Rua 83, n.º 361, Setor Sul - Goiânia-GO
(CLASSIFICAÇÃO: 16 ANOS)
ENTRADA FRANCA

terça-feira, 3 de março de 2009

Matéria de jornal impresso - Em defesa do cinema

DIÁRIO DA MANHÃ | 03 de Março de 2009 | Edição nº 7786
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Ro t e i r o

Da Redação

Em defesa do cinema
Cineclube Cascavel exibe hoje, às 20 horas, clássico “Macunaíma”, dentro do programa Cine + Cultura. Atividades acontecem toda terça-feira de 2009
Promover a democratização do acesso do público ao audiovisual e estimular o pensamento crítico a partir do cinema brasileiro. Esta é a proposta do Cine Cascavel, cineclube criado pela Associação Brasileira de Documentaristas – Seção Goiás (ABD-GO), que integra o programa Cine + Cultura, do Ministério da Cultura (MinC).

A programação do cineclube em 2009 começa hoje, às 20h, no Centro Cultural Caravídeo, com a exibição do filme Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade. Após a sessão, haverá mesa de debate sobre a obra, abordando cinema e literatura, com as presenças dos professores Rogério Santana dos Santos (UFG) e Marcelo Rodrigues Ribeiro (Faculdade Cambury), além de Beto Leão (jornalista e presidente da ABD-GO).

As atividades do Cine Cascavel, como em todos os demais cineclubes brasileiros do Cine + Cultura, serão realizadas em horário, dia da semana e local fixos. Nesse sentido, haverá, todas as terças-feiras, sempre às 20 horas, no Centro Cultural da Caravídeo, exibição de filmes (curtas, médias e longas-metragens) que se enquadram no perfil não-comercial. As sessões apresentarão obras expoentes do cinema brasileiro de todos os tempos e de todas as regionalidades, inclusive a efervescente produção goiana contemporânea.

A proposta de ação do Cine Cascavel inclui, também, a abertura a outros cineclubes e entidades interessadas em promover sessões de seu interesse, além de novos apoiadores. Nessa perspectiva, o Cineclube Paradiso, da Caravídeo – reconhecida instituição no ramo audiovisual alternativo em Goiânia –, é parceiro da iniciativa, ao lado do Sebrae-GO. O projeto tem, ainda, o apoio do Conselho Nacional de Cineclubes (CNC), da ABD nacional e da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura (SAv/Minc).

Para este mês, além da sessão inaugural do clássico Macunaíma, produzido em 1969 e inspirado na obra de Mário de Andrade, estão previstas outras três atividades: Mostra Olhares Femininos, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, no dia 10/03; Mostra Glauber Rocha, em comemoração ao 70º aniversário de nascimento do cineasta, no dia 17/03; Mostra Realiza Goiás, com produções da diretora Viviane Louise e a sessão do cineclube Paradiso, no dia 31/03 (a confirmar).

Cineclubismo no Brasil
Embora não pareça, a concentração de salas comerciais de cinema no território nacional é de apenas 8%. Além disso, a cota de tela, dispositivo legal que determina o número de dias de exibição obrigatória de filmes brasileiros anualmente, diminuiu consideravelmente nos últimos anos, e hoje é de apenas 28 dias/ano. Por isso, a difusão de obras audiovisuais brasileiras é bastante reduzida, permanecendo inéditas para grande parte da população do País.

Para Luiz Felipe Mundim, coordenador do Cine Cascavel, este cenário tem motivado as ações dos cineclubistas, em especial o Conselho Nacional de Cineclubes (CNC), que articulou junto ao Ministério da Cultura a criação do Cine + Cultura, dentro do Programa Mais Cultura.

“A ideia é oferecer maior acesso ao público de obras fundamentais da cinematografia nacional e regional, através de exibições semanais de filmes, seguidas de debates com personalidades importantes da cultura em Goiás”, explica Luiz Felipe.

Por meio de editais e parcerias diretas, a iniciativa disponibiliza equipamento audiovisual de projeção digital, obras brasileiras do catálogo da Programadora Brasil e oficina de capacitação cineclubista. Além disso, o Cine + Cultura – do qual o Cine Cascavel faz parte – inaugura o Circuito Brasil, banco de dados cuja finalidade é contabilizar o público do circuito não-comercial do País. Todas as ações do programa podem ser conferidas no site (www.cinemaiscultura.org.br). (Raphael Silveira)

segunda-feira, 2 de março de 2009

MODERNISMO, TROPICALISMO E CHANCHADA NO CINE CASCAVEL DA ABD-GO

Cineclube inicia atividades de 2009

Cartaz do filme Macunaíma

O Cine Cascavel, o Cine + Cultura da Associação Brasileira de Documentaristas - Seção Goiás (ABD-GO), inicia na próxima terça-feira, dia três de março, as atividades regulares de 2009. A partir das 20 horas será exibido no Centro Cultural CARAVÍDEO (rua 83, n.º 361 - Setor Sul, Goiânia) o filme “Macunaíma”, de Joaquim Pedro de Andrade (1932-1988), baseado na obra homônima de Mário de Andrade (1893-1945). Após a sessão haverá uma mesa de debate sobre as obras, abordando Cinema e Literatura.

Cineclubismo e organização democrática do público

Ainda que não pareça, a concentração de salas comerciais de cinema no território nacional é de apenas 8%. Além disso, a cota de tela, dispositivo legal que determina o número de dias de exibição obrigatória de filmes brasileiros anualmente, diminuiu em 2007 nos complexos de cinema com até quatro salas, que são a maioria no país. A cota de tela, que já foi de 140 dias com o extinto Conselho Nacional de Cinema (Concine), hoje é de 28 dias, quantidade mínima aprovada em 2007 e mantida para os anos de 2008 e 2009.

A difusão de obras audiovisuais brasileiras é reconhecidamente reduzida nos meios, permanecendo inéditas para grande parte da população do pais. Esses são alguns dos fatores que motivam as ações dos cineclubistas, em especial o Conselho Nacional de Cineclubes (CNC), que articulou junto ao Ministério da Cultura a criação do Cine + Cultura, dentro do Programa Mais Cultura.

Luiz Felipe Mundim, coordenador do Cine + Cultura da ABD-GO, apresenta sessão


Através de editais e parcerias diretas, a iniciativa disponibiliza equipamento audiovisual de projeção digital, obras brasileiras do catálogo da Programadora Brasil e oficina de capacitação cineclubista.

A ação busca democratizar o acesso do público ao cinema, através de fomento do pensamento crítico, tendo como principal base obras audiovisuais brasileiras. O Cine + Cultura inaugura, também, o Circuito Brasil, banco de dados habilitado a contabilizar o público do circuito não-comercial do país, capaz de emitir relatórios por filme, por unidade da federação, entre outros recortes. Para saber mais detalhes sobre o programa, do qual a ABD-GO faz parte desde 2007, visite o site www.cinemaiscultura.org.br/index.html.


Exibição toda terça-feira

Toda terça-feira às 20 horas, no Centro Cultural da CARAVÍDEO, charmosa construção com fachada de tijolinhos à vista da Rua 83 no Setor Sul, o Cine + Cultura da ABD-GO garantirá exibição de filmes que se enquadram no perfil não comercial. As sessões trarão sempre filmes expoentes do cinema brasileiro de todos os tempos, de todas as regionalidades, inclusive a efervescente produção goiana contemporânea.

Cláudia Nunes e Simone Caetano – Realizadoras da efervescente produção audiovisual goiana.




Dentro da proposta da ação está incluída, também, a abertura a outros cineclubes e entidades interessadas em realizar sessões de seu interesse, além de novos apoiadores. Exemplo disso é a parceria com o Cineclube Paradiso, o cineclube da CARAVÍDEO, reconhecida instituição no ramo audiovisual alternativo em Goiânia que é parceira da ação. O Cine + Cultura da ABD-GO também conta com a parceria do Sebrae-GO e apoio do Conselho Nacional de Cineclubes (CNC), da ABD Nacional, do Ministério da Cultura – Secretaria do Audiovisual.




40 anos de Macunaíma no cinema

"Ai que preguiça": Grande Otelo interpreta Macunaíma

Nesta terça-feira, a sessão do Cine Cascavel comemorará os 40 anos de sucesso de Macunaíma, sempre lembrado com entusiasmo pelo público brasileiro.


O diretor Joaquim Pedro de Andrade inovou a estética do movimento cinemanovista ao incorporar elementos da chanchada, através da atuação de Grande Otelo, e transfigurou fatos da vida política que invadiram o relato épico das andanças de seu protagonista entre figuras da mitologia popular brasileira.






O filme permite muitas interpretações, com alusões ao desenvolvimentismo, ao antropofagismo, ao tropicalismo e à luta armada durante a ditadura militar, já empenhada por alguns dos opositores ao regime em 1969, ano de lançamento do filme. Tudo isso sem perder ligação com a obra literária modernista na qual se baseia, que fora lançada em 1928 por Mário de Andrade.


Na época do lançamento do filme, a censura impôs 16 cortes de sequências inteiras de nus. Após negociações, este número foi reduzido para três. Joaquim Pedro de Andrade, que também dirigiu “Os Inconfidentes” (1972), atualiza o legado Modernista e aproxima o Cinema Novo ao grande público.

Paulo José e Grande Otelo

Vencedor de alguns prêmios importantes, como o troféu Candango no Festival de Brasília de 1969, nas categorias de melhor ator (Grande Otelo), melhor cenografia e figurinos (Anísio Medeiros), melhor roteiro (Joaquim Pedro de Andrade) e melhor ator coadjuvante (Jardel Filho), e melhor filme no Festival Internacional de Mar del Plata de 1970, na Argentina.


De toda forma, seu maior prêmio é o status de clássico do cinema brasileiro, aferido pelo passar do tempo e, a ser conferido na sessão do dia três de março no Centro Cultural da CARAVÍDEO, pelo público e debatedores especializados que lá irão compor mesa após a sessão.


O debate após a sessão é uma das características do Cine Cascavel.


O debate será travado por Marcelo Ribeiro, Professor Mestre em Antropologia Social do curso tecnológico de Fotografia e Imagem da Faculdade Cambury e Rogério dos Santos, Professor Doutor de Literatura Portuguesa e Brasileira da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás e público presente, com mediação do jornalista e presidente da ABD-GO Beto Leão.






FILME
- Macunaíma | Joaquim Pedro de Andrade, 1969, 105', DVD (CLASSIFICAÇÃO: 12 ANOS)
Macunaíma é a história de um anti-herói, ou um herói sem nenhum caráter, nascido no fundo da mata virgem. De preto vira branco e troca a mata pela cidade, onde vive incríveis aventuras, acompanhado de seus irmãos. Na cidade, segue um caminho zombeteiro, conhecendo e amando a guerrilheira Ci e enfrentando o vilão milionário, Venceslau Pietro Pietra, para reconquistar o amuleto que herdara de Ci, o muiraquitã.



DEBATE

Carlos Cipriano e Guido Campos – Especialistas, realizadores e público trocam idéias após as sessões.

Prof. Dr. Rogério Santana dos Santos - Professor de Literatura Portuguesa e Brasileira da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás. Doutor em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo – USP (2004), mestre em Poesia de Mário de Andrade pela UFG (1994) e graduado pela UFG (1983). Possui textos publicados na área de cinema e literatura.

Prof. Ms. Marcelo Rodrigues Souza Ribeiro - Professor do curso tecnológico de Fotografia e Imagem da Faculdade Cambury. Mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (2008) e graduado em Ciências Sociais com habilitação em Antropologia pela Universidade de Brasília – UnB (2005). Pesquisador em Antropologia Audiovisual e Estudos da Imagem, com foco nas representações (fotográficas, videográficas e cinematográficas) da África. Membro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (Socine).

Beto Leão - Jornalista e presidente da ABD-GO. Especialista em Cinema pela UnB (1985) e graduado em Comunicação Social – Jornalismo pela UFG (1982). Cineclubista, diretor e roteirista de Cinema, tendo realizado seis obras cinematográficas. Escritor, tendo publicado, entre outras obras, a “Enciclopédia do Cinema Brasileiro” (Ed. Senac, São Paulo, 2000).

Ceiça Ferreira e Douglas Pinheiro – Filmes são discutidos visando a formação crítica


Fonte: Associação Brasileira de Documentaristas - Seção Goiás (ABD-GO)
Fotos ABD-GO: Carolina Paraguassú
Fotos Macunaíma: Divulgação

SERVIÇO
Sessão Cineclube Cine Cascavel - Exibição de Macunaíma seguida de debate
Data: 3 de março de 2009
Horário: 20h
Local: Centro Cultural CARAVÍDEO - Rua 83, n.º 361, Setor Sul - Goiânia-GO
ENTRADA GRATUITA


CONTATO E FOTOS PARA IMPRENSA
- Carolina Paraguassú (1ª Secretária da ABD-GO)
carolparaguassu@gmail.com / (62) 8119-6369
- Luiz Felipe Mundim (Coordenador do Cine + Cultura da ABD-GO)
luizmundim@gmail.com / (62) 8453-2568


PRÓXIMAS EXIBIÇÕES

DIA 10/03 – DIA INTERNACIONAL DA MULHER - Olhares Femininos (CLASSIFICAÇÃO: 16 ANOS)
- Messalina | Cristiane Oliveira , RS, 2004, Fic, Cor, 35mm, 14’
- 3 Minutos | Ana Luiza Azevedo , RS, 1999, Fic, Cor, 35mm, 6’
- Desventuras de Um Dia ou a Vida Não é Um Comercial de Margarina... | Adriana Meirelles, SP, 2004, Ani, Cor, 10’
- Dalva | Caroline Leone, SP, 2004, Fic, Cor, 16mm, 10’
- Meu Batom Tem Um Quarto | Alyne Fratari e Leandro de Oliveira, GO, 2007, Doc, 17’
- Estória Alegre | Claudia Pucci , SP, 2002, Fic, Cor, 16mm, 9’

DIA 17/03 – GLAUBER ROCHA – A aniversário de 70 anos de vida (CLASSIFICAÇÃO: 12 ANOS)
- Memória de Deus e do Diabo em Monte Santo e Cocorobó | Agnaldo Siri Azevedo , BA, 1984, Doc, Cor, 35mm, 11’
- De Glauber para Jirges | André Ristum, RJ/SP, 2005, Exp, Cor, 35mm, 18’
- Glauber é Rocha | Ângelo Lima, GO, 2008, Exp, 13’
- Abry | Joel Pizzini e Paloma Rocha , SP, 2003, Doc, Cor, Vídeo, 30’
- A Degola Fatal | Clóvis Molinari Junior e Ricardo Favilla, RJ, 2004, Doc, Cor, 35mm, 13’

DIA 24/03 – REALIZA GOIÁS – Viviane Louise (CLASSIFICAÇÃO: LIVRE)
- O Anjo Alecrim | Viviane Louise, GO, 2005, Doc, Cor, Vídeo, 18’
- Café Com Pão Manteiga Não | Viviane Louise e Marcelo Benfica, GO, 2007, Doc, Cor, Vídeo, 52’

DIA 31/03 – SESSÃO CINECLUBE PARADISO (A confirmar)