O Cineclube Cascavel retoma as atividades na próxima terça-feira, dia 15 de fevereiro, às 20 horas, no Centro Cultural Cara Vídeo (Rua 83, n. 361, St. Sul, Goiânia). Para começar bem este terceiro ano do cineclube, teremos a segunda edição do CINECLUBAR, uma noite especial com exibição de filmes, debate, bar e show musical. A entrada é franca.
Na programação de cinema, exibiremos três curtas da produção recente de Goiás, seguidos de debate com os realizadores e o público. São eles:
Eixo | Uliana Duarte, Documentário, Brasil, GO, 18 min.
O documentário Eixo, realização de Uliana Duarte, foi um dos 5 projetos premiados no concurso de roteiros do V FestCine Goiânia, promovido pela SECULT (Secretaria de Cultura do Município) em 2009. O roteiro é fruto de uma parceria entre a realizadora e Fabiana Assis, que também assina a produção do filme.
O curta-metragem, gravado em Goiânia em setembro de 2009, lança um olhar para a Avenida Anhanguera, sua mais importante via, a partir do polêmico corredor de transporte Eixo Anhanguera, por onde circulam diariamente cerca de 180 mil pessoas.
Nessa artéria da cidade, conhecida por todos como “eixão”, pulsa um universo formado por uma gigantesca diversidade de personagens, alguns dos quais, ao longo do documentário, vão sendo apresentados em viagens pela cidade, cruzando Goiânia de leste a oeste, dia e noite, dentro dos ônibus, pelos terminais e sobre plataformas,
levando a uma observação desse vaivém diário nesse grande centro urbano, na metrópole que se descobriu ser Goiânia hoje.
O Eixo não para de transportar. Ele é o único a circular 24 horas por dia, durante os sete dias da semana. Ali ocorrem trocas materiais e relações pessoais em variados níveis. Registrando essas realidades cotidianas o documentário convida, enfim, a uma reflexão sobre a movimentação humana no mundo.
Gravado exclusivamente na Avenida Anhanguera e nas imediações do sistema de transporte, Eixo lembra a passagem das Bandeiras por nossas terras, o monumento erguido em homenagem ao bandeirante, a polêmica reforma da avenida ocorrida em 1998. Em seus 18 minutos de duração, o filme faz não só um passeio por Goiânia mas formula ao final um questionamento sobre a prática provinciana de se louvar algozes de nossa história erguendo monumentos em sua homenagem.
Eixo foi selecionado pela VIII ABD Cine Goiás, mostra paralela ao XII FICA (festival internacional de cinema e vídeo ambiental) e foi exibido na mostra principal de curtas da 5ª CINEOP.
Eu já não caibo mais aqui | Benedito Ferreira, Ficção, Brasil, GO, 4 min.
Nas palavras do diretor Benedito Ferreira, em um texto escrito especialmente para a exibição no Cineclube Cascavel:
“De repente eu entendi que precisava contar uma história. Foi de repente mesmo. Eu já estava acostumado a contar as histórias de outras pessoas, outros amigos, sempre na posição de diretor de arte e figurinista e então escrever o Eu já não caibo mais aqui foi entender que ali, naquele momento, eu precisava contar o meu personagem. Não eu, mas também eu.
Todo o projeto possui uma referência direta com a obra do artista holandês Ban Jan Ader, principalmente o I'm too sad to tell you, realizado em 1971. Eu estudei a obra deste artista para o desenvolvimento da minha pesquisa de graduação em direção de arte, na etapa de elementos que implicam a necessidade de um projeto de direção de arte para filmes. Assim como propõe o diretor Luiz Fernando Carvalho para a microssérie Capitu, da Rede Globo, em relação à obra de Machado de Assis, parte de uma relação de aproximação com os temas que são recorrentes em várias produções, como a solidão e o desafio, sentir-se testado o tempo inteiro entre permanecer e ir embora, sem rumo, com muitas coisas na cabeça. O mês de março foi bastante difícil para mim e eu sabia que se não me propusesse a realizar alguma atividade audiovisual, ou em artes plásticas, poderia adoecer, como todo bom aquariano. Mas poderia adoecer de amor. Mas poderia adoecer para amar. Mas poderia realizar para o amor. Decidir a terceira opção me pareceu a mais difícil das tarefas, pois costumo ser exigente nas minhas imagens, principalmente quando elas discursam sobre o amor. Minha experiência em cenografia permitiu marcar o instante da sacralização da solidão, uma espécie de momento só seu, que também era meu.”
Número Zero | Cláudia Nunes, Documentário, Brasil, GO, 20 min.
Número Zero é o resultado de uma experiência que teve lugar na década de 90 durante um workshop de video realizado pela diretora com os meninos e meninas do antigo CFM (Centro de Formação de Menores). Na época, eles encantaram-se tanto pela câmera que apropriaram-se dela para contar suas estórias e o workshop acabou durando muito mais do que o previsto, cerca de dois anos, transformando-se em uma experiência de cinema direto. Grande parte das cenas do documentário foram feitas por eles.
Junto com o educador de rua Tião Taveira que, na época dava aulas de teatro para os meninos e meninas, Claudia já iniciou a pesquisa para localizar o grupo e descobrir o rumo de suas vidas. Essas estórias serão contadas em um novo documentário, que também terá a participação do montador e diretor Erico Rassi e do músico Dênio de Paula.
Já existem informações que indicam o paradeiro de alguns deles. Apesar de vários terem morrido (a maioria de forma violenta), outros meninos e meninas conseguiram superar as dificuldades. Uma das meninas casou-se com um alemão e mudou-se para a Europa, um dos meninos formou-se em Administração e outro tornou-se educador de rua.
O montador Erico Rassi traduziu com sensibilidade a naturalidade com que os meninos encaram a vida e a violência, alternando de forma contrastante os momentos de angústia e diversão registrados por eles mesmos.
Dênio de Paula compôs trilhas originais para a versão de 67 minutos, que também está inscrita para seleção em diversos festivais no Brasil e no exterior. Inicialmente previsto para ser um curta de 20 minutos, Número Zero acabou tendo também uma segunda versão mais longa para incorporar cenas muito ricas que tiveram que ser cortadas na edição do curta.
O filme recebeu os prêmios: Melhor Documentário – 1˚ Curtamazônia 2010, Grand Prize – 14˚ Ismailia International Festival for Docs and Shorts (Egito), Prêmio Especial do Júri - 2˚ Curta Neblina – Festival Latino Americano de Cinema 2010 (SP), Melhor Documentário – 6˚ FestCine Goiânia 2010, Prêmio do Júri Popular – FestCine Amazônia 2010
Logo depois, show com a banda The Lovefoxes
The Lovefoxes é o resultado "romântico" do encontro musical do guitarrista Léo Firefox (NEM) com integrantes da Cine Capri (Léo Santana, Geórgia Cynara e Ulisses Henrique, bateria, teclado/voz e baixo), em releituras bem-humoradas de clássicos do pop dor-de-cotovelo, carregadas no sotaque rock, que vai de Lady Gaga a Léo Jaime, passando por Housemartins e Polegar.
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CINECLUBAR 2011
ENTRADA FRANCA
Terça-Feira, 15 de fevereiro de 2011, às 20h
Centro Cultural Cara Vídeo, rua 83, n. 361, St. Sul, Goiânia
Debate com o público após a sessão
Bar e show com a banda Lovefoxes
Realização - ABD-GO
Parceria - CARAVÍDEO
Apoio - ABD Nacional, Conselho Nacional de Cineclubes, Cine Mais Cultura, Secretaria do Audiovisual/MinC
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