Abraços
O júri da Federação Internacional de Cineclubes – FICC, no 5º Festival de Atibaia Internacional do Audiovisual foi constituído por Liuba de Medeiros – Brasil, Yenny Alexandra Chaverra Gallego – Colômbia, Gê Carvalho - Brasil, João Paulo Macedo – Portugal e Marcelo Cordeiro – Bolívia, presentes no festival de 12 a 16 de janeiro de 2010.
Após assistir à exibição dos 18 curtas em competição, reuniu-se para deliberar sobre a atribuição do prêmio Don Quijote e avaliar esta edição do festival. Deste modo:
Agradece ao festival, seus parceiros e apoiadores, pelo acolhimento e pela oportunidade de encontro criada.
Recomenda à organização do festival, pela sua característica internacional, a legendagem em espanhol ou inglês de todos os filmes apresentados na competição. De igual forma, chama atenção da direção para a carga excessiva da agenda do festival, que condiciona a reflexão e avaliação dos filmes. Compreendendo as possíveis dificuldades e compromissos técnicos da realização do festival fora de uma sala de cinema, chama atenção para os cuidados necessários na projeção e na qualidade do som das sessões. Para uma consolidação mais efetiva do festival o júri da Federação Internacional de Cineclubes recomenda uma maior abertura à população local, nomeadamente através da extensão de suas atividades a outros bairros e localidades da cidade de Atibaia.
Felicita a organização do FAIA pela afirmação e crescimento do festival, sinalizado por uma motivação muito especial do público e dos participantes. O respeito e prestígio alcançado pelo festival deriva da sua importante contribuição para o cineclubismo e o cinema no Brasil.
Registra, por fim, a elevada participação do público no festival, ressaltando o seu envolvimento e entusiasmo por diversas vezes manifestado ao longo das sessões.
Refletindo sobre os filmes apresentados o júri deliberou atribuir o Prêmio Don Quijote e uma Menção Especial. Entendeu, ainda, citar o documentário O velho guerreiro não morrerá, do realizador paulista Paulo Duarte pela relevância do registro e da informação apresentada sobre um momento importante para a história do cinema brasileiro. A abordagem feita no documentário representa um fundamental exercício de resgate da memória.
O júri deliberou atribuir uma Menção Especial ao filme Ave Maria ou Mãe dos Sertanejos, do realizador Camilo Cavalcante, pela sensibilidade do olhar sobre o imaginário popular do Sertão do nordeste brasileiro e as suas tradições. A fluidez da montagem imprime ao filme um ritmo que não deixa o espectador indiferente, e a qualidade da composição apresentada demonstra uma minúcia no tratamento dos aspectos formais do documentário.
Para o prêmio Don Quijote o júri escolheu um filme que se destaca por sua identidade visual, pela qualidade do tratamento e da pesquisa realizada. Na opinião do júri, a exploração dos elementos audiovisuais e a sua aplicação à linguagem documental, bem como a apropriação dos aspectos gráficos do tema que retrata convertendo-os em recursos estéticos, fazem um filme completo e coerente. Minami em Close-up – a boca em revista, do realizador Thiago Mendonça, de São Paulo, é, assim, o vencedor do prêmio Don Quijote.